• 13 de junho de 2025

Trabalhadores da Fundação Municipal de Saúde de Canoas voltam a protestar contra possível extinção 28483k

 Trabalhadores da Fundação Municipal de Saúde de Canoas voltam a protestar contra possível extinção

CORREIO DO POVO 3lb39

Profissionais que atuam na Fundação Municipal de Saúde de Canoas (FMSC) voltaram às ruas no final da tarde de terça-feira para protestar novamente contra a extinção da entidade. Tal possibilidade teria sido ventilada internamente, pelos corredores dos prédios da istração pública e provocou uma sensação de alerta e ao mesmo tempo de angústia nos trabalhadores.

A manifestação aconteceu em frente à prefeitura e à Câmara Vereadores onde, mais tarde ocorreu um grande expediente, para explanar sobre o assunto. A restrição do número de pessoas dentro do plenário causou ainda mais alvoroço e os trabalhadores que permaneceram do lado de fora chegaram a trancar a BR 116 por alguns minutos causando transtornos no trânsito. A Fundação é responsável pela atenção básica de saúde no município.

De acordo com uma das integrantes da Comissão de Crise da Fundação, que pediu para não ter a identidade revelada, há cerca de 10 dias os trabalhadores foram surpreendidos com a notícia de que um estudo de viabilidade econômica será executado entre os meses de junho e julho para então determinar o que exatamente será feito com a Fundação.

“Somos 914 profissionais e as pessoas estão com medo perder seus empregos. A maioria de nós é concursada, mas existem os profissionais de contrato simplificado. Fomos informados que os concursados seriam absorvidos pela prefeitura, o restante não. No entanto, não há garantias.”

Para a servidora, a Fundação de Saúde é o único serviço que realmente funciona no município. “Somos responsáveis pelas Unidades Básicas de Saúde, Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), Centro de Especialidades, Centro de Saúde da Mulher, pelas farmácias do município, pela Upa do Idoso e o Centro de Referência em Transtorno do Espectro Autista (Certea). São serviços que não tem reclamação da população.”

O presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), Marcelo Matias, defende a continuidade da Fundação e também alerta sobre os riscos de uma possível transição para vínculos mais frágeis. “Ao defender a Fundação, não se trata de um debate corporativista, mas sim de um posicionamento em defesa da saúde pública.”

Neste sentido, o Sindicato dos Odontologistas do Estado do Rio Grande do Sul (SOERGS), em nota, informou que acompanha com grande preocupação os graves acontecimentos que envolvem a questão da saúde em Canoas e manifestou que a possível extinção da Fundação Municipal de Saúde de Canoas acende um alerta. Tal manobra pode provocar impactos diretos no atendimento, precarização das relações de trabalho e no risco de uma nova crise.

Mais de 60 cirurgiões-dentistas atuam hoje vinculados à Fundação. O Sindicato reiterou seu posicionamento firme em defesa da manutenção dos empregos, da valorização dos profissionais da saúde e da continuidade dos serviços prestados à população canoense. E pontuou que, em meio a um cenário de alta demanda, crise sanitária e vulnerabilidade social, é inissível que estruturas públicas essenciais sejam desmanteladas.

ESTUDOS DE REESTRUTURAÇÃO DA ENTIDADE

O vice-prefeito de Canoas, Rodrigo Busato, se manifestou pelas redes sociais e garantiu que a Fundação Municipal de Saúde de Canoas não será extinta. Segundo ele, o que existem são estudos de reestruturação que ainda são embrionários. Além disso, ele informou ainda ontem foi assinado o termo aditivo do contrato da Fundação de Saúde com a prefeitura por mais dois meses.

“Ou seja, até 6 de agosto. Essa prorrogação com este tempo de vigência foi feita porque é o prazo máximo que temos em lei dentro dos 72 meses autorizados para prorrogação excepcional. O próximo o é a confecção do novo plano operativo e do novo contrato que já está acontecendo e que estará pronto dentro do prazo necessário.”

Segundo Busato serão feitos todos os alinhamentos possíveis e necessários para que seja garantido um atendimento digno na saúde primária da cidade. Uma comissão com representantes da área da saúde para discutir o futuro da entidade deverá ser formada e a portaria será publicada na segunda-feira.

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